O "Comitê da Cultura”, este ano formado por 4 pessoas, tem por missão, além de acções internas de promoção da CULTURA KW, planear as acções solidárias desenvolvidas por todos os consultores, staff e liderança da KW Ábaco no RED DAY.
Devido à pandemia que atravessamos e às variadas circunstâncias pessoais relativamente a este estado,na KW Ábaco o formato foi diferente de anos anteriores, deixando-se ao livre arbítrio o planeamento, organização e implementação das ideias que foram eclodindo na imaginação de cada um.
Foi extraordinário ver como todos imediatamente se organizaram em grupos de interesses, maiores ou menores, encontrando as suas afinidades naturais, com um único objectivo comum: devolver à comunidade.
É um objectivo simples que tem dado alegrias a outros e a cada um de nós enche sempre o coração.
Saliento a tenacidade do Francisco Gameiro, o Líder do Comitê da Cultura e, nessa qualidade, membro do ALC da KW Abaco, no acompanhamento consistente que fez, permanentemente, a isto tudo, tal qual um maestro a fazer brilhar cada um dos músicos.
Fui também desafiada pelo Francisco a desenvolver ou liderar uma actividade neste dia.
Nem sabia bem o quê e fiz aquilo que fazemos quando não sabemos o que fazer – telefonei a uma amiga. A uma das muitas que tenho envolvidas em comunidades carenciadas. Neste caso, do Vale de Acor. Expliquei o que era o RED DAY e perguntei o que precisavam e se poderíamos ser úteis de alguma forma. Imediatamente me pôs em contacto com a Sofia Sá Lima que fez connosco a ponte com uma comunidade muito frágil.
Sabemos que a pandemia tem tido um impacto brutal no rendimento ao ponto das economias familiares mais fragilizadas começarem a dar sinais de fome.
O Vale de Acór é uma Associação com um trabalho consolidado e muitos anos no terreno, iluminando a realidade pesada de muitas pessoas, oferecendo-lhes esperança e devolvendo-lhe futuro.
A acção que desenvolvi foi dedicada à comunidade do Segundo Torrão, um aglomerado habitacional de elevada densidade e pobres condições de vida na Trafaria, em Almada.
Esta comunidade, maioritariamente, constituída por famílias de trabalhadores indiferenciados já habituados a realidades difíceis, vive momentos de extrema dificuldade.
O Vale de Acór estabelece a ponte entre esta Comunidade e o mundo na intenção firme e diária de mitigar as dificuldades de toda a ordem destas pessoas, as suas necessidades mais básicas e a exclusão. Uma Comunidade escondida há muitos anos entre o rio e a vegetação - é verdade, quantos de nós, tantas vezes ali passamos a caminho da praia, sem sonhar.
Na Comunidade do 2º Torrão, o drama a atacar é a fome - com a fome vem tudo o resto.
São pessoas com actividades precárias que vivem no limite da pobreza.
Para além de tudo, as necessidades maiores que têm, porque é o mais difícil de obterem, são produtos frescos à base de carne e peixe, para abastecer a cozinha social comunitária que foi organizada para fazer face a este flagelo.
Desafiei colegas e houve uma receptividade maravilhosa. Pedi suporte para esta organização ao Talho de Miraflores, ao Sr Fernando, onde me abasteço e conheço bem há mais de 20 anos.
Fiquei com uma dívida de gratidão às pessoas de boa vontade que me ajudaram a ajudar.
Comovi-me porque nunca imaginei que desde casa conseguiria por em marcha uma coisa desta dimensão com esta simplicidade.
Por esta alegria profunda que nos foi permitida, este sair de nós para dedicar a outros, o Comitê da Cultura e eu, pessoalmente e de forma particularmente sentida, agradecemos a todos os que puseram em marcha iniciativas magnificas de uma grandiosidade e bondade tocante, ao serviço dos outros.
A KW permite-nos isto.
E estimula todos, envolvendo cada um de nós, cada um à sua maneira, até a cada um dos que compõem a nossa Base de Dados, a participar nesta iniciativa que, por um dia, pode fazer a diferença na Vida de alguém. Mais um exemplo de como os Modelos e Sistemas da KW alicerçam a criatividade de forma diferenciadora ao serviço dos outros.
Maria João Cid, ALC da Cultura
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